UM POEMA ME ESCORRE ENTRE OS DEDOS Um poema me escorre entre os dedos Sai do meu coração gélido de medo A frase renitente sempre me vem Por entre os sulcos de minha cansada face E a magreza de meu frágil corpo Vejo os nós do tempo indeléveis sobre mim Como chicotadas crúeis a cortar-me a carne Se esvai novamente meu dúbio sentimento Derramado entre vagas e imprecisas linhas Dentre todas a mais sórdida é a solidão Falo daquel a que mesmo e ntre mil me persegue Sigo cantando e a palavra que ainda não conheço cisma em me assombrar É o verso nascituro, que contudo não rebenta de uma vez Serão poemas a me escorrer entre os dedos. J. Sollo leia também AMOR ADOLESCENTE
POESIA LIVRE Um colibri pousou numa flor Uma gota de orvalho caiu Uma brisa marcou para sempre A esperança que do meu peito fugiu Uma estrela no céu brilhou Uma rosa no campo se abriu Meu bem que eu tanto amava Da minha vida partiu Um pio triste se ouviu no ar Uma sombra nos meus olhos fulgiu Toda a alegria que eu tinha no mundo Se foi com você sumiu. J. Sollo leia também IRMAO SOL