DISTINTA DAMA
Onde andam o esplendor e a bonança
Sem os quais homem algum deve estar?
Pois te gero desejo fugidio, e se te desejo É porque és imperfeito nada podes me dar
Compreende bem esta sentença!
Ao ouvi-la traze-a em tuas entranhas
Tu só és feliz se a compreenderes
Tu serás uno com Deus tanto mais a buscares
Pois lá no infinito de seu ser que a encontrarás
Bonança! Bonança! Tua maravilha ofusca minha visão
Seres pequenos, ínfimos somos nós
Tememos possuir a percepção veraz. Vivemos vidas etéreas, onde se turba a verdadeira visão
Os sábios são loucos “pois a vida não se pensa”
É doce marolar, vai e vem das águas
Cruel e amorosa e maior que eu
Aquela que me sopra o que te imponho Ela me rasga a mente, me alveja as vestes
Assim mais ainda sou fiel no padecer
De seu enlevo a me esperar
Seu nome está nos escritos antigos,
Grandes outrora cantaram loas em seu favor.
Acorda na mente de poucos, mas seu olhar
Cobre a humanidade.
Mas não é humilde serva, ao seu encontro exige que eu vá.
Por ti vencerei abismos, ravinas no tempo só pra te alcançar.
Senhora minha amada
Sempre bela em meus caminhos
Razão de todo meu ser, jovem e eterna
Esfinge que me barra nos pórticos
Tu de mim gracejas, mas é que devo
Merecer teu amor.
De ti um só olhar tornará minha vida radiosa
Desejo-te e devo por isso aos confins
Do universo se preciso, livre e cativo
A te buscar.
J. Sollo
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