POR VOCÊ
Minha boca um deserto de fogo, ainda que orvalhasse por dias e noites sem trégua ainda assim não aplacaria a sede que tenho de ti
E por ravinas e vales meu desencanto
por ti derramo em rios de pranto.
Firo as mãos em teus espinhos em forma de botão
Minha vida é assim e de bom grado a entregaria
por tua sorte se isso te fizesse feliz
A ti oferto meus versos rotos, olhos vermelhos
de um pranto copioso que embora nunca seque
não enche sequer a medida do teu olhar
Miséria essa de viver sem pranto, sem dores,
sem distâncias sem acalanto
Pois se viver significa não te ter, melhor
Não existir.
J. Sollo
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Ainda que doa, que faça sofrer, ainda acredito que é o único que vale a pena: esse que nos tira do chão.
Abraços!