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DÉJÀ VU

            
Mais uma noite em que te espero contente
Sei que amanhã essa dor vai doer outra vez inutilmente
A vida, nossa vida é feita por um destino assim
Eu desejaria mudar teu jeito de ser pra talvez te acorrentar
Mas nessa batalha insana, sempre eu saio perdedor

Te fazes santa em meu leito, onde te quero a devassa.
Não te quero pura, gueixa, messalina o quer for
para que eu sinta prazer.
Prazer da tua companhia, fazer amor contigo todo dia
No entanto acordar e não te ter é como a primeira vez
Pois quando adormeço, velas por meu sono,
Mas nunca me dás o deleite do teu amanhecer

Esse sentimento louco por ti me aprisiona em sua tirania
Eu desejo preciso desse sofrer se posso chamar assim
Perdido na fronteira do real ou da alucinação
Perfumo meu canto pra te esperar outra noite
Vivendo das migalhas do teu bel-prazer

Sei que amanhã não deveria repetir esse mesmo querer
Mas minha mente, minha vontade é fraca diante de ti
Meu sentimento me faz levitar como se fora a primeira vez
Dia a dia vou vivendo prisioneiro desse tempo que passou
Ou ainda está a chegar?

J. Sollo

Comentários

Jal Magalhães disse…
Um banho de romantismo e paixão... parabéns, lindo poema!
Há sentimentos inevitáveis... Há sentimentos que sempre estão a chegar... Muitíssimo interessante a sua inspiração! Beijos!*****
Bela poesia e a foto postada é muito louca, combinou perfeitamente com as palavras colocadas.
Grande abraço e sucesso!
Néia disse…
Eita romantismo!!! Lindo, parabéns poeta!
Sylvia Araujo disse…
Intenso e sofrido. Eu também preciso do amanhecer.

Meubeijopravocê

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