O AVESSO DE MIM

É o avesso da poesia, pois que te cantava noite e dia
sem pensar em rimas, sem pensar em métrica
A genese da arte nascia em mim, mas não sabia
De todos os teus encantos.. Ah! Esses sim como o sol
lindamente brilhavam e enchiam meu colo de ternura
 
 
Como um maravilhoso duo para piano a quatro mãos
Eu te descrevia e você se metarmorfoseava sob tal visão
Meus lúdicos momentos de principiante, eram pra ti a mais
bela das canções.
E te seguia como um ébrio, pois já não sabia pra onde ir
 
 
De teu nome a lembrança louca, do que era ou não possivel
tudo em ti se misturava e perdia-se dentro de mim
Meus olhos inebriados por tuas cores não percebiam
o ledo engano de esperar o que da vida, senão brevidade....
 
 
Nada eterno, tudo efemero, palavras das quais se vale o poeta
Mas no entanto era a tradução de mim, que dor! que vazio!
A longa espera dos meus dias se tornaram fermento do menestrel
E a cada passo em versos brancos, não perdia nem a arte nem a pena
 
 
O avesso da poesia que a cada dia em mim se adivinha, o sim e o não
Contudo é belo, pois se rima sem arte mas com verdade do coração
Que te diria? São batidas desse peito que dão o tom e o compasso
Retalhos d'alma ferida, dores sem balsamo, que derramo em tuas mãos.


J. Sollo

 

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