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TE BUSQUEI (Mariposa)


Será que em inúteis caminhos vagam teus passos errantes
ainda há o desejo de voltar a juventude dos anos idos
brilhante, contas de furta-cor desenhei em mil corais matizados
incansavelmente, te procurei a luz de velas queimando a tez
anos a fio te busquei, desolado não pronto ainda pra teu adeus.

Ledo engano fosse, senão doesse em nós dois 
em cada estrada te esperei aparecer com tua serena fronte
nunca me afastei dessas esquinas onde esperei te ver

inimaginável dor pela qual pranteei noites sem fim
zilhões de estrelas perscrutei em vão amiúde
em qual delas te esqueci? Deveras em alguma que ainda nascerá

te ouvir o cantar, o respirar, te ver, simplesmente te esperar
sempre saber que tua renúncia de nós, atinge a verve do meu existir

Brumas não dissipo mais, após você tudo é cinzento e frio
um adeus breve e nada mais, o fenecer antes do ser 
será que em outro tempo, outras vidas, outro sonho enfim...

Quisera ser eu: cético Senhor da Horas, a voltar o tempo por nós
uma vez mais te amar, em teu corpo encontrar a paz.
embevecido em teus cabelos, respirando o perfume que é só teu
inimaginável felicidade te daria, por teu sorriso até meu próprio ser negaria

                     Por mil sonhos, mil eras te busquei


J. Sollo














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