DESTINOS

 


Páginas da nossa história, que escrevi assim, mesclando tinta da ilusão e cristais de sonhos.

Não há um despertar; amanhã não verei mais o sol, que brilha dentro dos teus olhos, e do vento a me contar segredos que moram no teu coração, e inebriam do perfume dos seus cabelos.

Não somos nós nessa breve história? No adeus de quem parte, fica a sina na solidão de quem fica. Mas vai, voa nesse sonho além, nas estrelas, no deserto, onde te encontrares, peço que sejas feliz

De nós somente uma saudade, que alvorecee e nunca se esvai. Caminho trilhado e esquecido, o fim de uma história,  e quem marcará os passos do amanha? 

Recorde as flores do Ipê, quando elas se derramarem sobre os campos, lembrarão teus cabelos derramados em “nós” Vai no teu caminho sem um olhar, e eu tampouco pedirei que te detenhas, é para isso que as estradas se separam, ou não?

Sentirei saudade dos Fevereiros que virão, onde tudo vai e sempre na distância, a esperança vã que ainda retorna, mas parte da mesma forma, um sopro e o silêncio que nunca disse o que veio sentir. Nos olhos da minha senhorita, levarão pra sempre as marcas desse amor.

Você pediu uma canção de adeus, abri meus lábios, mas tudo o que brotou foi esse prantejar, foi uma palavra que não consegui rimar essa que diz adeus. Existiriam mil canções de despedida, ninguém sentiu dor tamanha como a minha, senão nenhuma boca o diria sem sangrar

Tomei tuas mãos entre as minhas e as lavei com esse pranto, não queria tornar a hora de partir difícil, mas meus olhos não me quiseram obedecer. Saiu deles dor tão grande como do Romeu que esquece sua Julieta, do Fausto que perde sua ninfa. Destinos selados, entre nós restará para sempre a distância...


J. Sollo

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