TRÊS
Foto de Ksenia Chernaya no Pexels
Recordo aquelas velhas tardes de nós onde cada um esquecia dos afazeres e divagávamos nos versos comuns, e havia muito de nós em nossa pena.
Tardes langorosas quando não podíamos nos "ver" foram felizes nossos dias, assim apenas no simples imaginar.
Via teu rosto, podia sentir teu coração, o doce ou o amargor do teu sorriso, há saudade daquele simples sonhar.
Lembro você sobre o banquinho: fazendo poses, lembro sim! A navalha não cortara tua carne, era alegre o teu rimar.
Nos conhecemos e chamamos de amor o vislumbre de esperança em saber que alguém poderia decifrar nosso coração.
Através desses olhos desenhamos a poesia e o que nascia dessas mentes se juntava e se tornava rio e unidos a outros tantos desaguava nesse mar.
Fomos tudo o que pudemos ser, nesse mundo quixotesco pensamos as vezes derramar amor. Nossa vida com a arte se confundia, havia sentido e ele vinha de nós.
Compreendo que de nosso coração nasce o sentimento e une todas as coisas e torna intimas pessoas tão desiguais, no fundo sabemos: somos a voz que pulsa e nada no mundo pode calar.
J. Sollo
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