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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Tú és meu verso, és viajante e vagabundo O mundo revelas a teu bel-prazer No meu regaço descansas

             DIVAGAÇÕES Meu céu é limpido, só que às vezes ele se turva E quanto mais sangro em minhas mãos calejadas de versos Sempre percebo sorrindo que nem tudo condiz Espero que inventem a palavra que me traduza Sou poeta, então sou antítese... Sou como todos, eu sou ele e também A mim me ofusco nesse revelar Amo mais que todos, mas sem assombro Vejo qualquer canto mais belo que o meu E viajo, na docidão de teu ser Pois tú és meu verso, és viajante e vagabundo O mundo revelas a teu bel-prazer No meu regaço descansas, és forte e de beleza tanta! e sabes tudo de mim Nem tesouros, nem ouro desejo Só teu segredo confesso, a calar minha alma voraz Sou como todo poeta, pois que cante com boca serena! Não temo procelas, torrentes enfim Tudo trago gravado na linha da mão E o tempo sorri zombeteiro, porque é eterno Só quer o tempo que tem Eu como sou breve...

SONHOS DE INFÂNCIA

Casa de varanda e casa de sobrado Menino de pés descalços, gosto de liberdade Pedra de cantaria decora nossas paredes nuas Sonho de colorir velhos sonhos de infância Passos curtos marcam nossa calçadas Procuram talvez marcas que o tempo olvidou Buscam por dentro o já morto menino Marcas de nas pedras que duram um verão Gosto acerbado 'inda me vem à boca Por lembrar das quimeras que ontem sonhei Dragões, cavaleiros, mil batalhas de infante Um tempo perdido que nunca esqueci Ainda que cedo ou tarde talvez Nos olhos eu trago a esperança fugaz D'outra vez navegar nesses devaneios Que a prata dos anos tingiu sem pesar. J. Sollo

O NASCER DA POESIA

O NASCER DA POESIA Como em dores de parto terríveis Cruel, tu rasgas meu ventre És ansioso, és urgente queres nascer... Em outras tantas tu vens como brisa Eu sinto teu sopro, de leve, em carícias. Tu vens radiante, te gero luzidio Como o amanhecer... Tú és sempre belo em teu falar Não tens compromisso senão com a razão Tú dizes verdades, tu lanças enigmas Pois és discrição... Quando te penso perdido Árido dentro de mim, sem pulsar De novo tu nasces, pois és verso triste e jorras na pena d'um velho poeta Renasces em forma de canção. J. Sollo