SADOAMOR
São
meus olhos a fitar os teus
A teus
pés pareço cão sem dono
E como
tal vou vagando
Lambendo
migalhas que te escapam das mãos
E lambo
tuas chagas, tua carne
Exposta
ainda assim é para mim coisa sagrada
Tens
toque divino, não ouso te prender
Mas
desejaria de bom grado qualquer
Carinho
teu.
Me
fazes tua presa, és minha Diana
De
tua aljava de belas setas
Que
teus olhos disparam sem mirar
Todas
tem destino certo
Vão
ferir meu coração
Esse
teu cínico amor que me despreza
E
não me deixa voar...
Ainda
assim desejo mais que tudo tua prisão
E
sigo domesticado...
Teus
beijos são algemas que me amordaçam
O
orgulho e prendem o coração
Dessa
minha obsessão és o motivo mais ferrenho
Ao qual me agarro a cada dia, para não perder minha razão
J. Sollo
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