Veio um redemoinho de vento e espalhou meus fragmentos...



                           FRAGMENTOS

 
Veio um redemoinho de vento e espalhou meus fragmentos
Oh! Porque será que existo, Se nem ao menos me compreendo?

Olho-me no espelho, penteio os cabelos e nem percebo
Eu sou como um zumbi
Meus gestos são medidos, meu viver é calculado
Sei exatamente onde desejo estar daqui
Há alguns anos; mas quem me dera saber
Isso hoje...

Vago como um solitário caminhante que deixou de sentir
Para realizar expectativas de outrem...
"Mas ano que vem eu me conserto, inicio um regime
Termino aquele namoro, mudo de emprego",

não quero mais ser fragmentos
E somos nós homens sem rosto, que vagueiam
Pelas ruas, pelos trens, sempre apressados
E não se tocam e não se vêem.

Corremos pela vida atrás de um sonho
Banhados em nosso suor e lágrimas
Ao fim da vida nos perguntaremos:
Valeu a pena sonhá-lo?


J. Sollo

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