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Mostrando postagens de janeiro, 2010

CONTRADIÇÕES

              CONTRADIÇÕES Saturo tons de ocre por tudo Se não tivesse voz eu era mudo bem sei Mas que me vale tanta eloquência Meus sonhos, minha boca esse riso tudo é descompasso Tudo é falência bem se vê Arrasto correntes em prantos esse ranger de dentes essa calma Duvido que eles existam! Pois nem o mármore é tão frio assim Duvido até de mim mesmo Pois como se fora acalanto Eu lembro teu riso e esse pranto é tudo que há pra mim Saber confuso que nada traz de real Não há razão: é só o que penso Sou crime e confusão e vazio... Como não seria se sou tão humano? Possuo a dor de mil almas, encravadas dentro de mim São tão persistentes, não há quem as possa libertar Por isso falam em meu ser todo tempo As vezes soa palavra alguma, só um lamento Como um lobo ferido clamando por sua solidão Criatura da noite, passo dias do mundo sumido Eu vago perdido até me enco...

INVASOR DE MIM

                    INVASOR DE MIM Quem é esse que me conhece tanto Me invade na intimidade Me faz sua a cada instante Como se fora meu senhor Invasor de mim, não pede nada Dono de minha vontade, fogo abrasador Dissipa-me a tristeza das madrugadas Já chega com o desejo à mostra E não protesto, apenas balbucio: sou tua.... Calor gostoso no meu peito Nunca vi amor assim desse jeito Me chama de santa, me toma como se fosse a outra Que deixa meu corpo marcado Que adormece no meu regaço e sonha e velo por teu sono sorrindo E me excito com sua respiração Sei que esse amor vagabundo Não me deixará pois é eterno Cada noite renasce dentro de mim. J. Sollo

FORO INTIMO

             FORO ÍNTIMO Mil tique taques ressoam dentro de mim E vão marcando meu descompasso Meus desejos confusos, da solidão que leva tudo Que desfaz dessa entrega, torna tudo utópico esperar Que te importam minhas dores recentes De onde tiro forças para carregar o madeiro Todos os segredos que contigo dividi Foram folhas secas de árvore morta Sem chance de verdejar, não há seiva que a anime Em meus olhos secos ainda reluz brilho tênue Mas a ti não confessarei meus anseios Se trata de mim, não mancharei tuas vestes alvas Se porventura eu chorar algum dia Que seja a esperança que me faça Que torne a alegria que eu sentia Que seja de amor daqueles que florescem todo dia E em teu remorso relembrarás o ócio Que foi tua vida ao me deixares assim... J. Sollo