Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2010

Sou tudo em todos sou imortal, vidas entrelaçadas sempre se tocam

                               Foto de  Johannes Plenio  no  Pexels                                                           ANDARILHO Saber que o momento seguinte é sempre melhor que o instante atual E me decomponho em sons, como a gota frente a luz do sol, mas... Quem poderá saber? Sou meu verso rasgado, que pulsa de dor e não tem tradução Só carvão, papel e eu, os três desafiando a madrugada, a se fundir nessa idéia abstrata de entender quem sou eu Já vim em outras vidas, sem mesmo reencarnar, como pedra de giz que se expressa no próprio ser e abandona-se, deixa a impressão aonde for Sou esse riso sacana, essa palavra aspirada que tua boca não diz, sou tudo em todos, sou imortal Será que sou essa alma? E se é assim por q...

VERSOS FRIOS

O que são poetas? Poetas são visionários Poetas são antenas para o mundo  Poetas são para raios de emoções poetas sentem dores que não se traduzem Onde se veem cruzes, poetas veem sonhos Onde há sonhos, poetas veem cores A cada dia refino a minha pena pois já sei ouvir a voz do coração Sou abjeto em teu mirar, mas eu não ligo não Meu verso não cabe na métrica mas há melodia em meu cantar Não sigo palavras, não sei o que é certo Em versos brancos construo a canção Eu falo a mente, eu jogo o sentido que fala direto ao teu coração Sou caco de vidro, reflito e corto eu mostro a verdade e posso ferir Não sou desse tempo, eu vejo outro mundo Segredos desvendo a quem sabe ouvir Meu verso perdido, fenece em agonia e jaz... sem fronteiras Além da razão. J. Sollo

INSIGNE AMOR

Aprendendo a amar eu pensei Em mil rimas de amor pra te dar Eram só fantasias eu sei Meus castelos e fadas no ar Te ensinando a amar eu teci Melodias, sons do universo em canção Meu sorriso a brilhar para ti Qual nascer de um lindo botão Tu porém me ensinaste a sofrer! O amargor desse fel me mostrou No teu pérfido amor me fez crer Hoje outro sol rebrilhou para mim Renascido não sofro com as dores de então Que brote insigne amor e traga alegria sem fim. J. Sollo

GUETOS

-->   Eu não durmo direito, na madrugada fria, restou-me o “remoto” nas mãos E sobe canal... e desce canal, rostos que não conheço tentam interagir, p ara alguns, desenho um sorriso.   O cheiro da fumaça do lixo queimando inebria, é negro como o viver. O cheiro do peixe frito se mistura ao cheiro de tinta automotiva, c ria, induz na ilusão   O burburinho dos bares baratos, o murmúrio nas casas. Desfaz num copo o amargor da vida sem matizes Invade-me o som ensurdecedor de alguma música vagabunda, Que se mistura a outra na próxima esquina.   Cada gueto com suas próprias leis, sem papel, sem timbre; Mas existem subtendidas e a todos alcança. Ainda há os meninos descalços, alguns a perseguir a pelota de meia Nos rostos pueris brilha a esperança infantil.   A noite brinca com as silhuetas à luz do lampião, A sombra a crescer gutural, como dança mágica e vil que graceja E desenha no tapume sujo, tortuosos fantasmas. ...