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POEMA PARA O MUNDO

POEMA PARA O MUNDO

 Oh mundo! O quanto sangras calado...                                                 
O quanto sofre em tuas flâmulas
De jovens sem rosto, meninos sem pátria
Suas mães já não lhes podem secar o pranto

 Teus rios agonizam, sua vida se finda
Sem o canto alegre de suas águas
O cheiro úmido de seu leito é fétido
Não correm felizes para o mar estão mortos
 
Teus pássaros não gorjeiam; emudeceram
O jaguar não mais solta seu grito feroz
Nossa mata é triste, é fumaça, é solidão 
 
E no mar onde nadarão as jubartes...
Golfinhos são iscas em redes mortais
Seu grito distante não merece resposta? 
Não sejamos o eco de um sistema a morrer
 
O ar, a terra, as águas tudo clama
Não obstante a pressa do homem em ferir
Seremos eu e você prisioneiros do caos? 
Nesse mundo que é Pátria sem cercas
 
Que sofre a dor de um incerto amanhã...

J. Sollo

Leia também Teus caminhos, teu rastro o qual sigo sempre , so queria te encontrar outra vez



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Um poema que fala de solidão e da fragilidade da vida

UM POEMA ME ESCORRE ENTRE OS DEDOS Um poema me escorre entre os dedos Sai do meu coração gélido de medo A frase renitente sempre me vem Por entre os sulcos de minha cansada face E a magreza de meu frágil corpo Vejo os nós do tempo indeléveis sobre mim Como chicotadas crúeis a cortar-me a carne Se esvai novamente meu dúbio sentimento Derramado entre vagas e imprecisas linhas Dentre todas a mais sórdida é a solidão Falo daquel a que mesmo e ntre mil me persegue           Sigo cantando e a palavra que ainda não conheço cisma em me assombrar É o verso nascituro, que contudo não rebenta de uma vez Serão poemas a me escorrer entre os dedos. J. Sollo leia também  AMOR ADOLESCENTE        

TRÊS

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