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Se o dia não nascer Que seja breve Esse viver sem você.

                       BREVE É TUDO BREVE...

Breve é a vida...

Sem gelo? Sem pelo; sem novelo
O copo vazio, lareira sem calor
Brisa que do campo traz frescor


Breve é o sonho...
Música sem ritmo; flor sem perfume
Riso sem gozo, amor sem traição
Mentes inertes, nem lampejos nem razão


Breve é a fé...
Mãos que se unem; nem tudo convém
Se bebo soluço e quantas infâmias
Bocas iradas vomitam cizânia


Breve é o tempo...
Amordaço palavras sem nexo?
Torneira pingando, carros velozes, fundo do abismo
Perigo é tudo o que não duvido

Tudo é breve; breve é tudo


O sonho que não se vive
O tempo que não perdoa
A fé que não redime
A vida que passa à toa


Tudo é breve...

J. Sollo

Leia também UM ABRAÇO SEM FINAL

Comentários

Gheysa Moura disse…
BREVE

Seja breve a eternidade
Que nos separa...
Seja eterno o breve segundo
De nosso beijo a beira do mar
Ao entardecer...
Mas se o dia não nascer
Que seja breve
Esse viver sem você.
(Gheysa Daniele)

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Um poema que fala de solidão e da fragilidade da vida

UM POEMA ME ESCORRE ENTRE OS DEDOS Um poema me escorre entre os dedos Sai do meu coração gélido de medo A frase renitente sempre me vem Por entre os sulcos de minha cansada face E a magreza de meu frágil corpo Vejo os nós do tempo indeléveis sobre mim Como chicotadas crúeis a cortar-me a carne Se esvai novamente meu dúbio sentimento Derramado entre vagas e imprecisas linhas Dentre todas a mais sórdida é a solidão Falo daquel a que mesmo e ntre mil me persegue           Sigo cantando e a palavra que ainda não conheço cisma em me assombrar É o verso nascituro, que contudo não rebenta de uma vez Serão poemas a me escorrer entre os dedos. J. Sollo leia também  AMOR ADOLESCENTE        

TRÊS

Foto de  Ksenia Chernaya  no  Pexels   Recordo aquelas velhas tardes de nós o nde cada um esquecia dos afazeres e divagávamos nos versos comuns, e  havia muito de nós em nossa pena. Tardes langorosas quando não podíamos nos "ver" foram felizes nossos dias, assim apenas no simples imaginar. Via teu rosto, podia sentir teu coração, o doce ou  o amargor do teu sorriso, há saudade daquele simples sonhar. Lembro você sobre o banquinho: fazendo poses, lembro sim! A navalha não cortara tua carne, era alegre o teu rimar. Nos conhecemos e chamamos de amor o vislumbre de esperança em saber que alguém poderia decifrar nosso coração. Através desses olhos desenhamos a poesia e o que nascia dessas mentes se juntava e se tornava rio e unidos a outros tantos desaguava nesse mar. Fomos tudo o que pudemos ser, nesse mundo quixotesco pensamos as vezes derramar amor. Nossa vida com a arte se confundia, havia sentido e ele vinha de nós. Compreendo que de nosso coração na...

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